Diário de Viagem: Primeira Semana – Segundas Impressões
Pessoal, eu de novo! 🙂
Semana corrida essa por aqui iniciando o curso, mas cheia de novidades. Como disse no post anterior, eu já conhecia Berlim como turista, agora estou podendo reconhecer a cidade como um estudante.
Uma das principais mudanças é a preocupação com o horário. Se os alemães já têm fama de serem pontuais aí no Brasil, imagine aqui! Então o ideal é sempre ter um olho no plano e outro no relógio. Mesmo assim ainda dá tempo de turistar um pouco.
Estamos bem na época das feiras de Natal (Weihnachtsmärkte) e elas estão espalhadas pela cidade. A mais próxima do meu caminho é a da Alexanderplatz. Elas são muito parecidas com nossas feiras de artesanato, só que recheadas de artigos e comidas da cultura local. Cheguei a pensar que era coisa para turista, mas para minha surpresa os próprios alemães as visitam muito, bebem o seu Glühwein [primo alemão do nosso Quentão], curtem música e passam horas lá com os amigos.
Beleza, mas e o curso? Tá indo pra aula? 😉
Sim! Correria intensa inclusive. São 4:30 horas por dia na missão. Eu diria que cada dia de curso é equivalente a uma semana de aula do curso extensivo que faço em Brasília. Se no curso levávamos uma semana para percorrer uma unidade do livro, falar de vocabulário, regras gramaticais, ver/ouvir umas mídias, aqui esse percurso todo acontece em um único dia.
Deu uma mini-vertigem no primeiro dia, tamanho o volume de informações e de atividades, mas na sequência já peguei o ritmo e a coisa está fluindo. Não tem como não participar das aulas, articular as frases [inclusive as complexas! Com Obwohl, e a coisa toda] e assim ir pegando a manha de falar com mais fluidez.
Estamos com um professor excelente por aqui, embora eu acredite que nossas aulas em Brasília estejam no mesmo nível. Tanto é que assim que cheguei, fiz o teste de nivelamento e – para minha surpresa – entrei no mesmo nível que estava quando saí de Brasília.
Daí você pode pensar: „ué, mas não era pra ser assim?“. Nem sempre. Conforme me informei aqui, não é incomum de alunos que vêm de outros países às vezes precisarem retroceder um nível para acompanhar a classe. Ponto pro Goethe-Brasília [e ponto pra mim! Yo!]
Sem dúvida, para quem quer aperfeiçoar o alemão e pegar „horas de vôo“ na língua, esse intensivo é a melhor escolha. E ainda dá pra fazer uns passeios nos intervalos.
Sem lenço e sem medo de errar
Minha turma tem gente do México, Itália, França, Oriente Médio e África do Sul. Alunos de países e culturas diferentes, mas todos com uma coisa incomum: ninguém se constrange de usar o pouco alemão que já sabe para se comunicar. Isso foi uma das coisas que mais me impressionou.
Nós brasileiros às vezes nos constrangemos muito para falar uma língua estrangeira. Parece que „se não for pra ser perfeito, melhor ficar calado“. Isso às vezes pode retardar um pouco o progresso. Digo isso porque alemão é a 3ª língua que aprendo, e sempre tive a oportunidade de conversar com gente de outros países [clientes alemães incluídos!] que aprendiam português. Sabe o que elas mais faziam? Erravam!
Se você não se expõe não tem jeito de corrigirem seus erros. E aí ou você demora para aprender o jeito certo de falar, ou aprende errado. Por isso fica aqui a dica pra quem tá aprendendo outra língua, principalmente alemão: A) Fale descaradamente, sem medo de errar e B) preste atenção nas correções, para aprender o certo o mais rápido possível!
Com isso já dá pra ter uma noção de como vão ser as próximas semanas. Muitas horas de aula, gastando bastante meu alemão, e nas horas vagas fazendo os rolês da cidade.