Um ano atrás, a nossa funcionária Maria Vitorino, chefe da equipe de limpeza, me pediu autorização para usar horas vagas no expediente para cuidar de uma horta comunitária no cantinho do nosso jardim. Como sabia que isso não prejudicaria as atribuições principais dela, concordei na hora. Então, a Maria – apaixonada por plantas e jardinagem – começou um trabalho de formiguinha. Plantou a horta naquele cantinho de acesso à garagem que só os funcionários veem; e não parou de expandi-la para tudo que tem terra.

Fiquei preocupada com a reação da ANE (Associação Nacional de Escritores), nosso locador, mas eles também gostaram da ideia. Que bom!

 De repente, surge na floreira da nossa varanda – até então destinada a plantas ornamentais – um pé de pimenta dedo de moça. Achei legal, bonito, decorativo. E o molho de pimenta que a Maria fez com os frutos é simplesmente delicioso. (Descobri então que ela não tem somente o “dedo verde”, mas também talento na área da culinária.)

Só que a formiguinha Maria não parava: Começou a semear alface, manjericão, couve… Imagine, de repente a floreira da varanda deixou de ser apenas decorativa e passou a ter uma utilidade mais importante: a de produzir alimentos, e – por cima de tudo – alimentos sem agrotóxico. Na recente crise de abastecimento, nós colhíamos ali alface para levar para casa.

Bonita, essa história, não é? Obrigada, Maria, pela sua iniciativa! Ela vai render muitos frutos – e contribuir para a imagem do nosso Goethe Brasília como instituição preocupada não somente com a excelência no ensino do alemão e na promoção do intercâmbio cultural entre o Brasil e a Alemanha, mas também com o meio ambiente e a alimentação saudável.

Sabine Plattner
Gerente Executiva