Dando continuidade ao Projeto da Biblioteca Goethe Brasília sobre literatura, cinema e arte venho apresentar o Cineasta do Mês. Iremos retratar o clássico cinema alemão, mas também as produções contemporâneas de uma Alemanha moderna, atual e conectada com as questões sociais atuais.

Christian Petzold

Christian Petzold, nascido em 1960 em Hilden, Alemanha, é um cineasta  excelente que iniciou sua carreira no cinema após ter lido um ensaio de François Truffaut sobre Alfred Hitchcock. A mãe de Petzold recebeu esta obra por acaso, de um Clube de Leitura, e ele a leu avidamente, o que acabou rendendo frutos. “Foi uma forma de iniciação ao cinema”, confessa. Pouco tempo depois ele passou a presidir um clube de cinema e a escrever sua primeira crítica em um jornal especializado. [1]

Petzold estudou na Deutsche Film- und Fernsehakademie Berlin (DFFB) – Academia de Cinema e TV de Berlim. Seu primeiro filme foi Pilotinnen, que realizou como trabalho de conclusão de curso em 1995. Seu nome sempre é associado ao movimento cinematográfico contemporâneo conhecido como a Escola de Berlim (Berliner Schule), que é formado por diretores que se destacaram em festivais de cinema nos meados dos anos 90 e tinham em comum a temática da Alemanha contemporânea e o trabalho colaborativo.

Paula Beer e Franz Rogowski em “Transit”, Filmstill. © Schramm Film

Petzold foi uma das grandes sensações do Festival de Cinema de Berlim – Berlinale 2018, indicado ao Urso de Ouro com o filme Transit, que retrata a temática dos refugiados misturando migrantes da Segunda Guerra e dos dias atuais, em um cenário atemporal na França, e traça paralelos entre o passado e o presente. Transit é baseado no romance Em Trânsito[2] da escritora alemã judia Anna Seghers, que fugiu de Paris para Marselha e após um ano deixou a França rumo ao México. Os elementos autobiográficos deste período em que ela passou no exílio embasam o seu romance.[2]

Acredito que pessoas que de alguma forma são criminosas – e assim são todos os protagonistas dos meus filmes – ou que têm uma existência duvidosa ou uma falsa identidade, mentem naturalmente . São nas mentiras onde as pessoas informam quais são seus anseios. É isso que me interessa.[3]
Petzold

DICAS DE FILMES [4]

Phoenix – 2014

Alemanha, Outono de 1945. Nelly Lenz (Nina Hoss) é uma sobrevivente dos campos de concentração nazis. Apesar de ter escapado à morte, sofreu vários ferimentos que lhe deixaram o rosto totalmente desfigurado.

Barbara – 2012

Cerca de nove anos antes da queda do muro, Barbara, uma médica berlinense, encaminhou uma solicitação de visto de saída da RDA. Ela foi presa e, após a sua libertação no verão de 1980, foi transferida para um hospital de província como medida disciplinar.

Dreileben: Algo melhor do que a morte (Dreileben: Etwas Besseres als den Tod) – 2010

Um criminoso sexual consegue escapar de um hospital. Sua fuga e a frenética busca da polícia acompanham a história de amor entre Johannes, filho de uma rica família e que presta serviço comunitário, e Ana, uma bela jovem da Bósnia.

Jerichow – 2008

O destino reúne três pessoas em “Jerichow”, um lugarejo da antiga Alemanha Oriental quase abandonado devido ao êxodo de seus habitantes e ao desemprego: o encontro de um ex-soldado com o proprietário de uma lanchonete, descendente de turcos, e sua enigmática esposa leva todos à beira de um abismo.

Yella – 2007

Yella deseja que a existência que tem levado se torne simplesmente uma questão do passado. Durante a viagem conhece um homem que opera no mundo do capital de risco. Yella dá provas de competência como sua assistente. Mas, momentos de sua vida pregressa forçam constantemente a passagem e se imiscuem em sua nova vida.

O Estado Em Que Me Encontro (Die innere Sicherheit) – 2000

A história de uma menina cujos pais, ex-terroristas, tentam voltar à vida normal.

Fantasmas (Gespenster) – 2005

A história de uma mulher que acredita reconhecer em uma mendiga a própria filha, sequestrada anos antes nas ruas de Berlim.

PRÊMIOS

  • 2014 – Prémio da Crítica Internacional (Fipresci) no Festival de Cinema de San Sebastián, no País Basco, para “Phoenix”.
  • 2012 – Urso de Prata de melhor diretor na Berlinale, com o filme “Barbara”.
  • 2009 – Melhor diretor no Deutscher Filmpreis, com o filme “Jerichow”.
  • 2001 – Prêmio de melhor filme do ano do cinema alemão, com Die innere Sicherheit (O Estado Em Que Me Encontro)

Fontes consultadas:
[1] DW
[2] DW
[3] DW
[4] Goethe-Institut
[5] Goethe-Institut

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Aninha – Bibliotecária Goethe-Zentrum Brasília

Ana Márcia-Bilbiotecária