Diário de viagem: Hamburgo vai te surpreender (Semana I)

Por Anderson Falcão

Uma semana em Hamburgo: longas caminhadas, passeio de barco, cinema, teatro, museus, compras e, claro, muitas aulas de alemão! Mas, Moment bitte! Antes de compartilhar com vocês minhas experiências na segunda maior cidade da Alemanha, peço licença para me apresentar: sou Anderson Falcão, jornalista, estudante do Goethe-Zentrum Brasília, instituto que me proporcionou a chance de fazer um curso intensivo de quatro semanas nesse país que amo.

Então, vamos lá! Primeiramente, por que Hamburgo? Felizmente já tive a oportunidade de conhecer algumas cidades alemãs como Berlim, Munique, Colônia, Dresden, entre outras. Faltava em minha lista, porém, uma cidade sobre a qual eu só ouvia elogios (alguns chegavam a dizer que é tão ou mais surpreendente que Berlim!). Conectada ao mundo pelo seu imenso porto (o terceiro maior da Europa), Hamburgo é uma cidade aberta, marcada pela diversidade cultural e pela presença de gente de toda parte (estima-se que cerca de 30% da população é formada por estrangeiros). Motivos não faltavam, certo?

A chegada foi perfeitamente tranquila. O transporte, a organização da cidade e o apoio do Goethe-Institut Hamburg tornaram tudo mais simples. Com aulas durante a tarde, tenho livres as manhãs e as noites para me perder e me encontrar por aqui.

Inicialmente, apenas um fator parecia querer atrapalhar os planos: o clima. Não que o inverno esteja entre os mais rigorosos que a cidade já viu. Em tempos de aquecimento global, não pintou neve (apenas chuva) e as temperaturas têm variado entre 3 e 12 graus. Mas, garanto: nada que agasalhos e um bom guarda-chuva não possam resolver.

Na verdade, há tanto pra se fazer por aqui que não dá tempo de pensar em frio. E mais: há uma infinidade de atrações e ofertas culturais em lugares fechados e aquecidos. Pra citar alguns exemplos, visitei a vibrante exposição “Amerika”, que reuniu no Bucerius Kunst Forum obras de Warhol, Pollok, Disney e Rockwell; e o surpreendente Miniatur Wunderland, que, como o nome indica, nos permite ver o mundo em incontáveis miniaturas.

Exposição Amerika: Disney, Pollok, Warhol e Rockwell, no Bucerius Kuns Forum

Descobri um pequeno e charmoso cinema do lado de casa, o Abaton, com uma programação e um bistrô excelentes (aliás recomendo fortemente Judy, a cinebiografia de Judy Garland); E até me aventurei a ir ao teatro assistir a Orpheus, no belíssimo teatro Thalia. Se você é estudante de alemão, saiba que não é um exercício fácil tentar entender textos teatrais, mas a experiência pode ser única (como foi o caso).

Pequeno e charmoso cinema Albaton, na região de Grindelhof

Naturalmente, fiz também fiz meu programa favorito em qualquer cidade: andar para todo lado! Pelas ruas da região da Möckenbergstrasse, excelente para aproveitar as liquidações de inverno; pelo agitado bairro de St. Pauli, que concentra as principais atrações noturnas; assim como nas ruas de St. Georg, coração da cena LGBT em Hamburgo.

Alguns programas mais turísticos também entraram na lista, como explorar a região portuária em um barco pelo rio Elba. Ver de perto os gigantescos navios cargueiros é impressionante, assim como cruzar os canais próximos a Speicherstadt, uma espécie de bairro construído sobre armazéns do século XIX, patrimônio da humanidade reconhecido pela Unesco. Destaque ainda para dois prédios: a prefeitura de Hamburgo (não me canso de admirar) e a inacreditável Elbphilarmonie, uma preciosidade arquitetônica que enche de orgulho todo cidadão hamburguense.

Um dos prédios mais singulares e surpreendentes que já pude ver de perto. Emocionante.

Bem, não mencionei tudo que pude conhecer na minha primeira semana em Hamburgo, mas voltarei em breve para compartilhar como estão as coisas por aqui. Quero contar do curso, das cidades vizinhas que pretendo visitar e de tudo que eu desvendar dessa cidade fascinante, mas ainda pouco conhecida pelos brasileiros.

Até mais! Bis dann!

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