Diário de Viagem e Estudos em Munique
Acompanhe um diário de viagem e estudos da aluna Ana Paula em Munique
Hallo Leute!
A partir de hoje vocês acompanharão no blog do Goethe-Zentrum Brasília um diário de viagem, estudo, turismo e aprendizado cultural segundo a perspectiva de uma brasileira que está passando um mês em Munique, capital do estado da Baviera (ou Bavária), na Alemanha. Ao longo do tempo, contarei como está sendo a experiência de fazer um curso na terra da seleção de futebol que arrasou a brasileira com um placar de 7 x 1 durante a Copa de 2014.
O que (eu acredito que) ficará muito claro ao longo dos posts é que o país de Beethoven, Einstein, Nietzsche, Lutero e Goethe vai muito além dos estereótipos. Ao ouvir a palavra “Alemanha”, não seria estranho se você pensasse em Volkswagen, salsichão, cerveja, Oktoberfest, nazismo, irmãos Grimm, Angela Merkel, Heidi Klum e Michael Schumacher…
Se esse foi o caso, aproveite a oportunidade para desmistificar o senso comum: acompanhe os posts semanais para saber mais da nação mais rica e populosa da Europa, que aprendeu muito com os erros do passado, a partir da perspectiva de uma brasileira. Mas, primeiro, deixe-me apresentar: meu nome é Ana Paula Lisboa, tenho 26 anos, sou jornalista e estudo alemão desde 2011, quando fiz um intercâmbio em Giessen, no estado de Hessen, na Alemanha.
Quando voltei de lá, em 2012, comecei a estudar no Goethe-Zentrum Brasília. Este ano, ganhei uma bolsa dessa instituição para fazer um curso intensivo em terras germânicas. E foi assim que eu vim parar na Alemanha pela segunda vez na vida! Além de aperfeiçoar meu alemão e aproveitar o que a temporada fora tem a oferecer, meu grande objetivo com a viagem é mostrar, por meio desse blog, que a Alemanha é muito mais do que parece.
Comecei a aprender as primeiras palavras em alemão há cerca de sete anos e, mesmo sendo um idioma falado por pelo menos 90 milhões de nativos em seis países e 80 milhões de pessoas como língua estrangeira, ainda é comum ouvir a pergunta “por quê”? A maior parte dos brasileiros sabe muito pouco sobre a Alemanha. Especialmente sobre o cotidiano, o comportamento e as conversas nas ruas e nos espaços públicos. Então, fica o convite para desbravar um pouco desse país a partir desse canal.
Primeiros passos: chegando de S-Bahn
Os primeiros dias em Munique têm sido intensos, e o alemão é colocado à prova a todo instante, desde a própria chegada. Depois de desembarcar, com uma mala enorme, o primeiro “desafio” foi descobrir qual o melhor tíquete de S-Bahn (Stadtschnellbahn, ou trem urbano rápido) a comprar para ir do aeroporto até o distrito de Laim, onde fica uma das residências estudantis do Goethe-Institut na cidade.
Há muitas opções de bilhetes, incluindo de uso único, por um dia, três dias, uma semana, um mês… Outra confusão, às vezes, ocorre com o “alcance” do tíquete, pois o sistema de transporte de Munique é composto por zonas, e o preço da viagem varia conforme o número de regiões pelas quais você precisará circular. O aeroporto e a minha hospedagem ficam em zonas diferentes. Já o Goethe-Institut e a minha residência aqui fazem parte da mesma zona central (Innenraum).
Mesmo estudando alemão há certo tempo, tive dificuldade com a máquina automática (que também está disponível em outras línguas, como inglês e espanhol). Então, eu me dirigi para o balcão presencial. Um funcionário muito solícito me explicou tudo que eu precisava em alemão e saí de lá com um tíquete que dá direito a acessar toda a rede quantas vezes quiser no período de um dia (expirando às 6h do dia seguinte). Valor: 13 EUR
Comprei também um cartão mensal (IsarCard), mas apenas para a zona central e uma zona a mais, para poder ir e vir das aulas no Goethe-Institut, além de conhecer os principais lugares turísticos. Esse mesmo cartão dá direito a andar, por um mês, em toda a rede de transporte público (muito pontual, eficiente e de alta qualidade) nessa região, incluindo S-Bahn, U-Bahn (metrô), Strassenbahn (VLT/bonde) e ônibus. Valor: 55,20 EUR
Não fuja do contato humano
Foi uma ótima aposta tirar dúvidas com um funcionário do sistema de transporte e fazer essa opção de compra. Depois de me alojar e deixar as malas para trás, pude sair para passear e aproveitar o dia usando o mesmo bilhete. Algo que eu provavelmente não conseguiria fazer se não tivesse conversado com um atendente. Às vezes, no exterior, a gente acaba evitando o contato humano para não ter de lidar com a barreira linguística: assim, é comum preferir um equipamento automático a uma conversa; uma consulta ao Google Maps a perguntar para alguém na rua.
Diferentemente do que muitos possam pensar (por causa da imagem construída a partir de desenhos e filmes), os alemães não são bravos ou mal-educados, pelo contrário! Geralmente, são pessoas muito cordiais, gentis e prontas para ajudar (tanto quem fala quanto quem não fala alemão). Se você estiver disposto a passar por cima dos estereótipos e do estranhamento inicial, entenderá o que estou falando. E, claro, a experiência sempre é melhor quando se tem contato e se pega dicas com quem vive no local. Mas isso já é assunto para outro post.