{"id":14173,"date":"2018-12-13T09:58:15","date_gmt":"2018-12-13T12:58:15","guid":{"rendered":"http:\/\/157.245.141.11\/site\/?p=14173"},"modified":"2018-12-14T10:49:05","modified_gmt":"2018-12-14T13:49:05","slug":"diario-de-viagem-e-estudos-em-munique-ii","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/goethebrasilia.org.br\/de\/blog\/diario-de-viagem-e-estudos-em-munique-ii\/","title":{"rendered":"Di\u00e1rio de Viagem e Estudos em Munique II"},"content":{"rendered":"
Mercado de Natal na Baviera<\/p><\/div>\n
T\u00edpica Pir\u00e2mide de Natal<\/p><\/div>\n
Fa\u00e7a chuva, fa\u00e7a sol, fa\u00e7a neve, fa\u00e7a o frio que for, os alem\u00e3es n\u00e3o deixam de lotar as feiras de Natal (Weihnachtsmarkt). Tradicionalmente, esses mercados natalinos se instalam em ruas, pra\u00e7as e outros locais p\u00fablicos e come\u00e7am a funcionar em dezembro. No entanto, desde o dia em que cheguei a Munique, na \u00faltima semana de novembro, j\u00e1 pude aproveitar a diversidade oferecida por essas barraquinhas.<\/p>\n
Lingui\u00e7a, batata frita, sopa, crepe, salm\u00e3o defumado, Reiberdatschi (panqueca de batata), frutas envoltas por chocolate e bolos s\u00e3o apenas algumas das op\u00e7\u00f5es culin\u00e1rias. Para beber, vinho quente (Gl\u00fchwein, parecido com o nosso quent\u00e3o), cerveja, chocolate quente, gemada (Eierpunsch) aparecem no card\u00e1pio. Velas, ornamentos natalinos, santos, artesanatos variados tamb\u00e9m comp\u00f5e a oferta das lojinhas.<\/p>\n
Em Munique, a feira de Natal mais popular \u00e9 a da Marienplatz, mas h\u00e1 muitas outras espalhadas pela cidade. O mais cativante nesse tipo de mercado a c\u00e9u aberto, que \u00e9 quase uma exposi\u00e7\u00e3o e funciona de tarde e de noite, n\u00e3o \u00e9 nem a grande variedade e a qualidade dos produtos; mas, sim, o que eles acabam provocando entre as pessoas. Ir a um mercadinho natalino \u00e9 a ocasi\u00e3o perfeita para conseguir se aquecer e afastar o frio (tanto o clim\u00e1tico quanto o sentimental), que se instala no outono e no inverno.<\/p>\n
Banca da feira de Natal bem decorada<\/p><\/div>\n
Vista do Weihnachtsmarkt do alto<\/p><\/div>\n
Enquanto se bebe algo quentinho e se coloca o papo em dia com um amigo, mesmo em temperaturas negativas, a sensa\u00e7\u00e3o \u00e9 de sair dali com o cora\u00e7\u00e3o aquecido. At\u00e9 quem for desacompanhado pode se sentir assim: muita gente tamb\u00e9m frequenta o mercado de Natal sozinha e, na hora de lanchar ou beber um Gl\u00fchwein, todo mundo se aperta para aproveitar as mesinhas altas instaladas por ali. Em algumas, h\u00e1 at\u00e9 fogueira para esquentar.<\/p>\n
Quem n\u00e3o tiver companhia consegue muito bem puxar assunto com algu\u00e9m que tamb\u00e9m esteja por ali, engatar uma conversa, quem sabe at\u00e9 fazer um amigo e deixar a feira de Natal com um sorriso no rosto. Ali\u00e1s, esse costume de compartilhar a mesa com desconhecidos tamb\u00e9m \u00e9 comum em outros ambientes, como pra\u00e7as de alimenta\u00e7\u00e3o de shoppings e cervejarias.<\/p>\n
A famosa Bratwurst – salsicha grelhada<\/p><\/div>\n
Se voc\u00ea vir uma mesa com alguns lugares vazios, pode perguntar se pode se sentar ali (na maioria das vezes, a resposta ser\u00e1 positiva; a n\u00e3o ser que a pessoa realmente esteja esperando algu\u00e9m). E n\u00e3o precisa se sentir intimidado. Os alem\u00e3es, \u00e0 primeira vista, s\u00e3o mais s\u00e9rios e fechados que os brasileiros. Mas eles podem ser t\u00e3o cheios de sentimento quanto. Nesta \u00faltima semana, aproveitei para visitar a tradicional (e praticamente parada obrigat\u00f3ria para turistas) cervejaria Hofbr\u00e4uhaus em Munique.<\/p>\n
Gl\u00fchwein servido em caneca decorada<\/p><\/div>\n
Eu e uma sul-africana, colega de curso do Goethe-Institut, fomos para l\u00e1 ap\u00f3s almo\u00e7ar num mercado de Natal. O sal\u00e3o estava lotado e, assim que vimos que um grupo come\u00e7ava a se levantar da mesa, perguntamos se poder\u00edamos nos sentar com o senhor que estava ficando ali. Resposta positiva, nos instalamos e, em alguns minutos de papo, acabamos conhecendo muito sobre ele.<\/p>\n
O alem\u00e3o nos contou que havia ficado vi\u00favo h\u00e1 alguns anos e, agora, estava realizando um pedido da falecida esposa: viajar pelo mundo. Depois de rodar pela Europa, pela Am\u00e9rica do Norte e pela Am\u00e9rica do Sul, estava de volta \u00e0 Alemanha para ver a fam\u00edlia antes de viajar novamente. Pelo celular, nos mostrou fotos de sua \u00fanica netinha. Ao contar a pr\u00f3pria hist\u00f3ria de vida entre um gole de cerveja e outro, deixou escapar muitos sentimentos no olhar, em risadas e em l\u00e1grimas.<\/p>\n
Tamb\u00e9m conversamos com um casal de Frankfurt que sentou na nossa mesa pouco depois. Tudo isso \u00e9 muito normal por ali. Basta que voc\u00ea tamb\u00e9m esteja disposto a conversar. Se voc\u00ea n\u00e3o estiver a fim, tamb\u00e9m n\u00e3o tem problema: as pessoas o deixar\u00e3o em paz. Mas tudo isso \u00e9 s\u00f3 para desmistificar o estere\u00f3tipo do alem\u00e3o mal-humorado e bravo.<\/p>\n