4. Oktober 2017

Já faz uma semana que estou aqui e acredito que vale a pena contar um pouco do que aconteceu ao longo dos últimos dias.

Sala de aula no Goethe-Institut

No dia 27 de setembro, fiz o registro no Goethe-Institut bem cedinho. Os cursos já haviam começado no dia anterior, mas só consegui me juntar ao grupo na quarta-feira. O Goethe-Institut fica localizado bem em frente à estação Weinmeisterstraße, no centro da cidade. Fui recebido por uma funcionária bastante atenciosa, que me informou sobre horário e local das aulas e aplicou o teste de nivelamento. Com bastante atenção e clareza ela me explicou os motivos pelos quais eu deveria ficar no nível que estou cursando pelas próximas semanas.

Saber que usamos o mesmo material usado em Brasília foi um alento, pois ter familiaridade com o método de ensino me deu muito mais autoconfiança.

Guia de Berlim

Nessa época do ano, as aulas do intensivo de quatro semanas acontecem à tarde e, como a aula somente começaria três horas depois, aproveitei o tempo livre para fazer um passeio gratuito com um guia local oferecido pelo Goethe-Institut. Diariamente eles realizam atividades como este passeio guiado, aulas temáticas da história alemã, encontros com outros intercambistas em mesa de bar (sim, funciona!) ou uma ida ao balé. Nos corredores do instituto é possível ver a programação dos dias, que é atualizada semanalmente.

No primeiro passeio, visitamos igrejas, restaurantes e prédios bem antigos. Tudo era explicado em alemão, naturalmente. Divididos em pequenos grupos, os participantes se apresentavam e conversavam entre si, afinal seriam duas longas horas para se permanecer calado. Eu acabei tendo a companhia de um aluno do Uzbequistão que não fala lhufas em inglês. Nós nos comunicamos em um alemão limitado, mas suficiente. Acredito que uma das coisas mais bacanas da experiência de fazer este curso aqui em Berlim é ser colocado à prova a todo instante. A princípio eu pensava que não passaria aperto, uma vez que falo inglês e poderia recorrer ao idioma em situações mais complexas.

Mas e quando a outra pessoa não fala (ou não quer falar) inglês? É preciso se esforçar bastante para ser entendido e isso é um ótimo incentivo.

Saber que tem gente de todo o mundo estudando alemão e investindo tempo e dinheiro para aprender a língua é ter certeza de estar investindo no futuro.

Ao redor do Goethe-Institut, tudo é muito perto e chega-se caminhando a importantes marcos da história alemã com bastante facilidade. Fomos à Nikolaikirche, igreja construída há quase 800 anos e que passou por maus bocados durante a Segunda Guerra Mundial. Parte de sua estrutura foi destruída, mas após algumas reformas ao longo das últimas décadas, hoje é um museu estatal onde se encontram obras de arte moderna e nada eclesiástica. Algo bastante comum para uma cidade cosmopolita e vanguardista como Berlim.

Por falar em caminhos a pé, nesse rolê pela cidade antiga, ouvi falarem do Jakobsweg, uma estrada para peregrinos que parte de todo canto da Europa em direção à Espanha. Lembraram-se de algo familiar, né? O “Caminho de Jacó” compreende os caminhos milenares que levam a Santiago de Compostela, cidade ao norte da Espanha que, de acordo com algumas lendas, abriga os restos mortais do apóstolo cristão. Ao longo dos mais de 300 quilômetros apenas na rota espanhola, os mais de 278 mil peregrinos que passaram pelo caminho em 2016 foram guiados por um símbolo em formato de Sol, do qual partem raios reluzentes.

Também passamos em frente a um restaurante alemão que caprichosamente funciona desde o século XVI. Para orgulho do guia, o espaço, chamado Zum Nußbaum é um dos poucos lugares onde se pode comer prato típico berlinense.

Apesar do dia nublado, consegui fazer fotos de uma tímida Fernsehturm, escondida atrás das nuvens. Durante os últimos dias, fiz fotos dos vitrais da Rotes Rathaus, a Fernsehturm e das pessoas que decidiram aproveitar os dois dias de sol e céu azul, dias antes do feriado nacional.

Vocês também vão ver algumas fotos que fiz ao redor do Olympiastadion, sede dos jogos olímpicos de 1936 e casa do clube de futebol Hertha Berlim.

Mesmo com o retorno do tempo ruim, visitei o Tempelhofer Flughafen, um aeroporto desativado. Nesse antigo aeródromo, a pista de pouso e decolagem se tornou uma pista para atividades diversas, onde os visitantes fazem desde piqueniques à prática de corrida ou ciclismo. No local ainda há algumas estruturas preservadas e que valem a visita. É interessante ver como o espaço público aqui é aproveitado com eficiência!

Na próxima postagem vou fazer fotos de uma das coisas mais legais que Berlim vai receber nesse mês. Fiquem ligados. Vai ser brilhante! 😉

Alexandre Bastos