O alemão está mais perto do português que se imagina!

Interpretieren, fotografieren,
summieren, dividieren, attackieren, investieren

São todos verbos em alemão, acreditam?

Os exemplos não param por aqui … me lembro de ter feito com minha turma no colégio uma lista de quase 400 verbos que eram idênticos em alemão e português. Isso tudo apenas para provar para o professor de literatura alemã que já tínhamos muito vocabulário 😉 coisa de adolescente …

Piadas à parte, fato é que encontramos muitos termos oriundos do latim em alemão. Quanto mais alto for seu nível de alemão, ou mais formal for a sua fala, mais palavras parecidas com o português irão aparecer. Não apenas nos verbos com final “ieren”, mas nos substantivos – Diktat, Debatte, Substantiv, Subjekt, Text, Musik, são alguns dos exemplos de palavras em alemão que dispensam tradução.

Apesar de já ter ouvido inúmeras vezes que o alemão é uma língua estranha para os brasileiros, temos vários termos que nos são muito próximos. Seja porque são parecidos com o inglês, o francês ou vejam só, o português. Vários alunos quando não sabem um verbo, se arriscam em colocar um “ieren” num verbo em português para falar o que querem. Nem sempre dá certo, mas não custa tentar, é muitas vezes uma ótima estratégia…

Isso tem uma explicação histórica. Durante séculos, o latim foi a única língua escrita na Alemanha, assim como em grande parte da Europa. Muitos escritores só escreviam em latim – em 1570, 70% dos livros impressos na Europa eram escritos em latim. Latim foi durante muito tempo a língua das ciências, do ensino e também da religião. Não é de se estranhar, portanto, que tantas palavras em alemão tenham sua origem daí.

Cuidado apenas para não sair usando qualquer verbo com “ieren”, apesar de ser eficaz, alguns verbos tem uma conotação um pouco diferente do português – não posso, por exemplo, sair falando que eu “attackieren” alguém; é um termo que só cabe no campo militar.

Se vocês quiserem saber um pouco mais sobre a história da língua alemã e outras línguas ocidentais, fica a dica do livro de Henriette Walter “A Aventura das Línguas no Ocidente” (Editora Mandarim).

Bis bald!

Teresa Cavalcante